Olha.... essa eu nao esperava! (kkk) Literalmente, fui barrado na porta da boate onde me apresentaria na segunda festa do FORROGODE, aqui em Sydney. Acompanhe aqui a presepada:
Na manha de sabado, dia 26 de abril, estava em casa fazendo um "check list" do material do som, como teclado, cabos, fios e meu banner, ja o microfone era por conta da boate. Depois fui na estaçao pegar meu amigo Paul Collins, que mora em Woolloogong (bairro afastado 1h e meia de Sydney), e eh aluno do SIFE Australia, a ONG que participei durante 2 anos quando fazia universidade, e que existe em todo o mundo. Conheci o Paul no facebook (tipo de orkut internacional) e sempre vinhamos tendo contato, antes mesmo de vir a Australia.
Bom... chegada a hora de ir para a boate pra passar o som, 21h, entramos la sem problema. Depois de testar e deixar tudo no ponto, perguntei sobre o microfone. A dona da boate disse que o microfone tinha sumido e que nao tinha como arranjar! La se vai o sufoco de procurar um microfone tamanha 10h da noite. Fiquei puto e pensei: "Sempre tem uma coisinha pra atrapalhar o andamento das coisas. Da vez passada foi o adaptador, agora o microfone...eita...eh mais dificil".
Deixei por conta do Dj Marcelinho, que era meu contratante e organizador da festa. Enquanto isso, Paul e eu saimos pra comer uma pizza na esquina, perto da boate. Quando voltamos, fomos BARRADOS NA PORTA. Falei com o segurança: " Ei, eu sou o cantor, sabia..." (kkk) Liguei pro Marcelinho vir me liberar. Conseguiu. Mas nao deixou o Paul entrar. (detalhe: ele ja tinha pago pra entrar, e tava ate com um carimbo no braço, que comprovava que ele ja tinha entrado.) Entao, fiquei sem entender.... Voces nem imaginam o porque...
Porque o Paul estava de TENIS... e so permitem entrar de sapato. Ve se pode! Frescura da Australia! Fiquei puto de novo e disse que ele ja estava la dentro e questionei porque permitiram ele ter entrado da primeira vez... Mas nao teve jeito. Entao eu pensei de novo: Mas meu Deus.... Ja nao basta o problema do microfone....e agora mais essa...." Nao teve outra: tive que pegar o busu e voltar em casa pra emprestar um sapato pra ele.
Na volta pra boate, pegamos o busu lotado...imagina..... tinha uns italianos fazendo uma bagunça no fim do onibus, e gritavam, cantavam, e chegava mais gente...era grito....que confusao.... Perguntaram de onde eu era e quando eu disse que era do Brasil, fizeram uma festa, gritaram, disseram palavrao em portugues (eh a primeira coisa que os gringos aprendem, rs), entao distribui alguns flyers da festa pra eles, mas rezando pra nao irem. (kkk)
Quando voltamos, ja "ensapatados", conseguimos entrar numa boa. Quando cheguei ja era mais de meia noite, e nada do microfone. Ai eu disse: FUDEU TUDO! hehehe. Fiquei decepcionado com a falta de organizaçao do evento mas, ao mesmo tempo, livre de qualquer culpa, pois eu nao estava responsavel por cuidar do som.
Ao receber a noticia de que o show do Calor estaria cancelado por nao ter microfone, so pensei nas pessoas que foram me ver: alem do Paul, foram uns amigos colombianos da escola (Diana e Carlos), alem das pessoas que ja me conheciam do primeiro show e que estavam toda hora perguntando que horas eu ia começar. Entao, eu botei um sorriso na cara e toquei mesmo assim, sem microfone, somente instrumental. Muito bom, pois as pessoas entenderam e cairam no forro, como solos de Brasileirinho, Escadaria, Milonga das Missoes e umas marchinhas de festa junina. E ainda vendi um cd!
Bom, acho que eh por ai.... A gente nao pode se prender a coisas tao pequenas... Isso vale de experiencia e motivaçao, para nunca desistirmos perante os obstaculos.
Depois teve um cara que veio me cumprimentar por eu nao ter desistido e ter tocado em consideraçao as pessoas que estavam ali esperando o "tal do Calor do Sertao." Depois dessa, ganhei a noite, recuperei o astral e fui comemorar com os colombianos e o Paul num pub do lado da boate.
Vai ter sufoco assim pra la....